Polícia civil busca acusados de fraudes no Detran de Juti
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul está à procura dos acusados de serem responsáveis pelas fraudes encontradas no Detran de Juti, durante a operação “Resfriamento”. Uma equipe do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) esteve no município ontem (18) para cumprir os mandados de prisão preventivas mas os envolvidos não foram localizados e são considerados foragidos da justiça.
Dentre os foragidos, está o atual gerente da agência do Detran de Juti, além de dois homens que serviam como operadores financeiros da organização criminosa. Outro servidor do órgão e um despachante, que estavam presos temporariamente, tiveram a prisão preventiva decretada.
A operação “Resfriamento”, deflagrada pela Polícia Civil, apura um esquema de emissão de CRLVs irregulares. As informações são de que até veículos outros estados eram regularizados na agência, mediante inserção de documentos falsos e pagamento de propina a servidores, sem nunca terem passado por vistorias de segurança ou ingressado no Mato Grosso do Sul.
Durante o cumprimento dos mandados de busca, na última semana, foram apreendidos diversos documentos, valores e veículos. Também foram identificados três grupos com funções bem definidas e delimitadas dentro da organização, sendo o grupo do Despachante, que tinha a função de captar clientes; o grupo Político, integrado por dois servidores públicos da agência de trânsito de Juti, que eram responsáveis por fazer as alterações falsas no sistema do Detran; e o grupo Financeiro, que é composto por pai e filho, que serviam como operadores da organização.
Além de pagamentos diretos entre o grupo Despachante e o grupo Político, que se aproximam de R$ 500 mil, também eram realizadas transações financeiras por intermédio dos operadores, que também seriam responsáveis pela dissimulação e ocultação dos valores movimentados pela organização criminosa.
Com o auxílio dos operadores financeiros, mais de R$ 17 milhões foram movimentados pela organização, sendo mais de R$ 1 milhão transacionado apenas por um dos servidores, que tem salário em torno de R$ 3 mil.
Também foram identificadas diversas estratégias para ocultação do patrimônio e das movimentações financeiras realizadas pela organização, com o uso de “laranjas”, caracterizando, além dos crimes de corrupção e correlatos, o crime de lavagem de dinheiro.
Com informações da Polícia Civil