Saúde e Bem Estar

‘Os homens ainda veem o exame de próstata como uma ameaça à sua masculinidade’, diz urologista

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens, representando 29,2% do total no Brasil segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em 2020, de acordo com os dados mais atualizados do instituto, foram 65,8 mil novos casos e 15,8 mil óbitos pela doença. No entanto, embora represente a maior parte dos tumores, tenha uma boa perspectiva de tratamento e desperte movimentos de conscientização como o Novembro Azul, o tumor e seus sintomas ainda são pouco abordados no dia a dia entre os homens.

Para o médico urologista e professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Abraham Morgentaler, um dos motivos é pelo exame de toque retal que faz parte do diagnóstico, e a própria conversa sobre saúde, ainda serem vistos como uma ameaça à masculinidade por muitos homens, o que afeta o acesso à informação e às devidas orientações de um profissional.

Em entrevista ao GLOBO, o fundador do primeiro centro de saúde masculina nos EUA com foco na saúde dos homens, que vem ao Brasil participar do evento MEDX EXPERIENCE, em São Paulo, no próximo dia 5, fala sobre as principais características do câncer, quando é necessário buscar a orientação médica para um exame e o papel da testosterona na doença.

Muitos homens não fazem o exame nas situações indicadas e encaram o câncer de próstata como um tabu, especialmente quando envolve o toque retal. Você acredita que ainda é difícil conversar com os homens sobre saúde e sobre o diagnóstico?

Os homens são engraçados. O toque retal deve ser indolor, dura apenas alguns instantes e é útil para encontrar uma anormalidade que pode ser câncer de próstata, mesmo que o teste de antígeno prostático específico (PSA) (biomarcador identificado pelo sangue) seja normal. Mas alguns homens veem isso como uma ameaça à sua masculinidade. Mesmo assim, minha experiência nos últimos 35 anos é que muito mais homens agora aceitam esse teste porque são mais informados sobre o câncer de próstata. Os homens hoje no geral se preocupam muito mais com sua saúde do que quando me tornei médico há 40 anos. Isso é bom, mas ainda há muito espaço para melhorar.

Fonte: Extra/Globo

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